quinta-feira, 29 de abril de 2010

O valor de um homem

Ouvi a excelente atriz Dira Paes citando uma frase que ela leu numa viagem ao Chile, se não me falha a memória, no programa da Gabi. A frase:

"Um homem não vale pelo que ele tem. Nem pelo que ele é. Um homem vale pelo que ele serve."

Achei fantástico! Sim, pelo que ele serve. Aí comecei a viajar na ideia, né? Porque a primeira parte da frase (não pelo que tem, mas pelo que é) já é batida. Mas o que é serve pra alguma coisa? Se não servir, de nada vale!

O que você é, o caráter, pra mim sempre foi obrigação mínima pra ser chamado de ser humano. Quando me deparo com um ser que não tem caráter, pra mim, não é gente ou é doente. Isso é o mínimo que deveríamos ser: íntegros, leais, respeitadores, éticos, trabalhadores, educadores e por aí vai.

Não que eu queira que todos sejam perfeitos, mas que sejam de bem. Não sou utópica. Tenho defeitos, aceitos defeitos até certo ponto, mas o mínimo é bom caráter.

Agora "servir" é muito profundo! Ser útil, agir, fazer a diferença é que o que vale. E eu não digo isso pensando em trabalho, aquela coisa que vc acorda, se arruma, toma café, vai, faz o que tem que ser feito e volta pra casa. Piloto automático não conta.

Agora vem o grande desafio: qual é sua serventia?

quarta-feira, 7 de abril de 2010

Eu não preciso de guardas

Pois é, voltei de viagem. Boa? Não. Maravilhosa!!! Miami, compras, Sonic Ericsson Open, Miami Heats, Sawgrass, Orlando, Disney, Universal, Outlets, amigos, uma van desgovernada, um cartão desbloqueado (medo), comida ruim, pouco descanço, fila, fila e mais fila, cansaço absurdo e... retorno à realidade.

De novidade não tem nada, né? A gente deixa a vida estressante do trabalho diário, pega aquele dinheiro suado e vai, se joga! Aí acaba e a gente volta. Vocês devem estar pensando: "é... é duro voltar à realidade, trabalhando todo dia, estressado etc". Mas, o que me chamou a atenção, não foi voltar a essa realidade aí. Foi outra.

Desembarque em Guarulhos, 5h da matina, morta de sono e cansaço físico, aquele monte de gente e, infelizmente, aquele monte de gente a que me refiro em especial, brasileiro. Foi triste o que vi. Descemos uma escada rolante e vimos uma fila enorme pra onde apontava a entrada de brasileiros, fazendo aquele monte de minhoca e dando a volta embaixo da escada... Meu grupo de amigas (11), procurou o fim da fila e foi, bonitinho.

De repente, começa a encher o saguão e o povo, ao invés de procurar o fim da fila, começa a aglomerar em torno do local onde começa a minhoca... Aí já começamos a comentar entre nós a falta de educação de nossos compatriotas. Passado algum tempo, uma mulher enche o peito e fala em plenos pulmões: "Pessoal, vamos respeitar a fila! A gente está cansado tb e o fim da fila é lá embaixo da escada".

E, não mais que de repente, os espertinhos ficam surdos! Incrível!

Aí começa outra discussão: seria o povo mal educado ou ali estava faltando organização do aeroporto? Eu sou da opção 1. Sabe pq? Pq meus pais me ensinaram a procurar o fim da fila! Não precisa ninguém me vigiar ou me indicar, eu simplesmente procuro! Mas não, aqui a gente precisa de um monte de guardas vigiando pra que as pessoas saibam onde é a fila!

E esses mesmos espertinhos acham lindo que lá fora as filas sejam respeitadas, que as pessoas sejam finas, educadas, não joguem lixo na rua etc... Bando de hipócritas, isso sim!

Aí, quando chega a nossa vez de entrar na minhoca com aquele empurra-empurra, minha amiga cerca um casal que descaradamente tenta entrar na nossa frente e diz: "Dá licença, que agora meus amigos que estão na fila corretamente vão entrar?" E ainda escuta da digníssima senhora: "Vai, deixa a caravana passar".

Pois bem, quem diz o que quer, escuta o que não quer. Nesse momento, minha amada amiga responde: "De que adianta se gabar de ter dinheiro se não tem um pingo de educação?"

Hahahaha! Podia ter dormido sem essa... Era só ter educação.

Por isso repito: meus pais me ensinaram a pedir por favor, com licença, desculpas, obrigada, procurar o fim da fila, dar o assento aos mais velhos, grávidas ou com crianças de colo, a ajudar pessoas especiais, enfim, a RESPEITAR o próximo.

Eu não preciso de guardas, eu tenho educação.