segunda-feira, 4 de julho de 2022

Quarentei

 Final de uma era. Entrei nos "enta" pra nunca mais sair. Dizem que os 40 são os novos 20. Na realidade, eu acho que a gente nunca se sente com a própria idade... eu vejo fotos de pessoas contemporâneas e me assusto! Percebo que minhas histórias agora têm sempre 10, 20, até 30 anos! Isso assusta a gente. Esses dias descobri que a atriz que interpreta a Juma, em Pantanal, se chama Alanis. Aí fui comentar com uma amiga que falou: a mãe dela deve ser fã da Alanis, né? Pois quase caí da cadeira ao notar que, sim, eu poderia ser mãe da Juma!!! Outra coisa que me assustou é que tenho mais tempo portando carta de motorista do que sem. Gente, eu me lembro da emoção de passar na prova de habilitação!

Até aqui, acho que a única lição que eu não esperava ter vivido é lidar com a finitude da vida antes dos 40. É curioso porque essa talvez essa seja a única realidade da vida de todos, sem exceção. E, em se tratando dos pais, é natural que eles partam antes de nós. Mesmo assim, é um susto quando essa hora bate na porta. Graças a Deus, foi só uma batida na porta mesmo! Seguimos todos juntos ainda!

De resto, não tenho mais nada a compartilhar que seja digno de nota. Não porque minha vida seja vazia, mas porque acho que toda lição deve ser vivida para ser aprendida. Eu aprendi uma porção de coisas! Nenhuma delas através de conselho dos outros. Todas através da experiência mesmo. 

Então é isso! Talvez eu já tenha passado da metade da minha vida. E a única coisa que eu espero é poder aprender muita coisa ainda!



quinta-feira, 24 de março de 2022

Dilema do amor próprio

Novamente, cá estou. Sentindo a necessidade de colocar em palavras meus sentimentos. Estou em terapia há algum tempo e me (re)conhecendo. Como é um processo difícil, nossa! Mas recomendo de olhos fechados. Façam terapia!

Bom, mas vamos ao motivo do texto. Voltei pra odontologia há alguns anos, com muito prazer. E minha profissão mudou bastante. Temos uma nova área, chamada Harmonização Orofacial, exclusiva da odontologia. Não confundir com harmonização facial apenas, área que também pode ser exercida por outros profissionais.

Fato é que, assim que saiu, eu fiz um curso de capacitação. E depois de muito amadurecimento interno, eu me pego numa sinuca de bico! Fico com um dilema ético dentro de mim...

Por um lado, a mulher que aprendeu que o amor próprio é o amor que mais devemos cultivar. Afinal, só cuidamos do que amamos! Aprendi a ter um olhar de amor pra mim e gostaria que todas as mulheres tivessem isso! Que elas soubessem que não são só aparência. Isso é um desafio enorme nos dias de hoje em que somos vítimas de uma publicidade cruel que joga na nossa cara uma perfeição que não existe. Pra onde você olha, tem uma mulher jovem, magra, pele lisa, perfeita! Mas eles não contam que não é real.

Por outro lado, uma área que mexe justamente com a estética e que eu AMO fazer! Minha pegada é mais natural e preventiva. Gosto muito mais do que aquelas harmonizações radicais que mudam completamente o rosto da pessoa. Gosto da beleza natural e gosto da intervenção preventiva. Mas não deixa de ser uma área que mexe com a INSATISFAÇÃO.

Estaria eu colaborando com o medo do envelhecer ao intervir preventivamente? Ou isso é proporcionar uma velhice mais amena? E por que não mais bela?

Não quero ser a pessoa que colabora com essa pressão estética que nos consome, nos envenena contra nós mesmas. Mas cada vez que faço um procedimento e vejo o sorriso no rosto de uma paciente que se sente mais bonita é TÃO incrível... e agora?

quarta-feira, 3 de junho de 2015

Vocês sobreviverão!

O barulho realmente foi tamanho que me vi de volta ao blog... Primeiro foi a novela Babilônia, agora a propaganda do Boticário. Isso só esse ano, claro. E também tem a votação no site do governo sobre o modelo de família (corre lá e vota NÃO, óbvio).

Pois bem, quando eu vejo gente dizendo que é contra união homoafetiva eu realmente não entendo. Pra mim, soa como querer proibir o uso de cinta liga no sexo do casalzinho hétero! É querer proibir o cara de ter tara por pé. É ser contra a moça gostar de peito cabeludo. Sabe?

E pra mim não tem nem essa de respeitar!!!!! Isso simplesmente não me diz respeito! Eu não tenho NADA com isso. Aliás, poupem-me dos detalhes sórdidos da vida sexual de vocês sempre que possível hahaha. E é assim que devemos encarar os gostos alheios: não temos nada com isso. Desde que isso não cause mal à alguém, é óbvio!

"Mas isso vai contra as leis de Deus!". Aham, o divórcio também. Acontece que, ao contrário da Bíblia, o mundo evolui e as leis acompanham! Então, por mais que a Bíblia condene, é necessário fazer algo em prol da sociedade EVOLUÍDA (novamente, ao contrário da Bíblia). E, ainda que a Bíblia fosse a verdade absoluta, eu te pergunto: sua vida, a SUA VIDA, muda em quê se o fulano se casar com o cicrano? Pensem que será como o divórcio! Se você segue as leis de Deus, você não se divorciará! Pronto. Deixa o amiguinho ser feliz divorciado! Você não tem nada com isso e isso não te causa problemas!

Aliás, milhares de casamentos de outras religiões são consagrados mundo afora e você não está dando piti, né? Tem váááários casamentos não feitos nas leis de Deus. Pois é. Seria querer proibir o casamento na igreja católica (para os evangélicos) ou querer proibir o casamento no tempo evangélico (para os católicos) - afinal, vocês não reconhecem outra união que não seja aquela celebrada pelas leis do SEU Deus. Tem graça?

Mas vocês que são contra, fiquem tranquilos. Um dia, os pais brancos tiveram que explicar aos seus filhos como é que um negro podia entrar no mesmo ônibus que eles, assim, do dia pra noite! Ohhhh! E hoje está tudo bem! Então pode ser que você não saiba muito bem explicar ao seu filho o que é o amor quando ele vir dois homens ou duas mulheres se beijando ou demonstrando carinho em público, mas tudo bem. 

A gente não nasce sabendo de tudo, não é mesmo? Vocês irão sobreviver ao amor.


PS: e não me venham falar em procriação! Somos 7 BILHÕES. Muito ajuda o planeta quem não tem filhos! Não estamos em extinção!


quarta-feira, 30 de julho de 2014

Tempos antigos

Vivo vendo por aí que bom mesmo eram os anos 80. Que brincar na rua era mais divertido que ter um iPad. Andar de carrinho de rolimã era muito mais legal que Candy Crush. Trocar papel de carta (óinn) era muito melhor que vídeo-game. Será que isso é verdade?

Pois é, a resposta é: DEPENDE. Pra mim, que estou nos 30, ou seja, nascida nos anos 80, COM CERTEZA a resposta é sim! Aquela época a gente fazia coisa muito mais legal do que hoje. Pra uma criança que está agora vivendo sua infância, a resposta é NÃO. E, na boa? Aceitem que dói menos.

É que o mundo, vejam vocês, gira! Ele muda, transforma, evolui. Queira você, goste você, ou não. Eu dou graças aos céus que minha infância foi do jeito que foi, mas não desmereço as coisas de hoje. Sabe como soa pra mim? Parece que estão insatisfeitos com o dia de hoje e vivem relembrando um passado bom.



Ou também pode ser preguiça, né? Estar atualizado dá trabalho!

Ignorar as coisas novas é como viver numa bolha de cacarecos. Com fotos em preto-e-branco e disco de vinil. Que são ótimos, mas né, agora tenho iPod. E o problema não é gostar ou colecionar essas coisas do passado, mas diminuir quem não as conhece ou não as aprecia. Aquele que não evoluiu junto a seu tempo é que está obsoleto, não o contrário!

Vejam: eu mesma curto uma série de coisas da minha infância. Jogo master até hoje! No tabuleiro!! Mas eu acompanhei o ritmo da tecnologia. Tenho tudo que o dinheiro me permitiu comprar de coisas tecnológicas. E gostaria que meus filhos tivessem também (mas não os tenho - os filhos). Tenho pavor de estar "out" hahaha.

Tampouco quero dizer que quem não sabe de TUDO é um ignorante. Não! Nem tanto ao céu, nem tanto ao mar. De qualquer forma, acho prudente andar conforme a maré nesse quesito. Mas tranquilamente. Antes de bravejar: ahhh, no meu tempo é que era bom. Veja se você já não se tornou um cacareco.

A saudade do tempo antigo não é ruim. Mas, caros, só permanece jovem quem sempre está em movimento!

segunda-feira, 30 de junho de 2014

Puta que pariu! Pisa no freio, Zé!

Engraçado... fazer 30 dá diferença mesmo! Voltei pra escrever e qual a minha surpresa que meu último texto foi sobre maturidade! Então vou apenas continuar. Esse título define bem o que pensam sobre mim: a pessoa que atropela quem estiver na frente. Passa por cima sem dó. Fala aquilo que quer, sem pensar. Dizem que existem formas e formas de falar e eu sempre escolho a errada... Impressionante!

Acho que já falei, mas repito: as pessoas brandam por sinceridade até conhecerem alguém que a pratica. Não sejam tolos! Ninguém curte a verdade nua e crua. Só na teoria, nos posts do facebook. E não me venham com esse papo de "ah, mas é o jeito que se fala". Tá, tá bom! Mas tem coisa que só tem um jeito de falar, oras! Como que você fala pro seu amigo que ele errou feio? Como você fala que ele tem bafo? Tem coisa que não tem como não magoar... Anyway, ninguém quer ouvir. E, consequência, quase ninguém fala também. E normalmente você fica sabendo de uma coisa sua que incomoda o fulano através do ciclano, é ou não é?! Então...

As pessoas querem sorrisos, festas, abraços. Os mais chegados não se importam de sofrer com você, te apoiam nos piores momentos e tudo o mais. Mas cuidado! Pouquíssissississimas pessoas realmente querem a verdade; e entendam "verdade" como aquilo que EU penso. Ou o que VOCÊ pensa e quer dizer. Digo a verdade de cada um, pois ela não é absoluta, claro.

Enfim, sempre levei a vida com o foda-se no mode ON. Sempre falei aquilo que eu achava que precisava dizer. E fazia as coisas sem me preocupar com o vão pensar. Mas com o tempo fui vendo isso tudo que falei... Que as pessoas não gostam de sinceridade. Que elas se incomodam. Que elas preferem a hipocrisia mesmo.  Não necessariamente a hipocrisia, mas o silêncio (olha eu já tentando falar de uma forma mais branda!). Pois é mais suave, doce, bonito.

Hoje eu ando com o foda-se desligado e tentando não magoar as pessoas. O problema é que isso praticamente me mata um pouquinho quase todos os dias. Mas a vida é uma selva e a gente tem que aprender a sobreviver, né?

Agora fica a minha pergunta: melhor morrer sozinho pelo que disse ou morrer pelo que deixou de dizer? Fico me perguntando o que me faz mais mal. Se é a solidão por ninguém aguentar o que eu digo ou se é estar rodeada de gente, mas me sufocando pelo que não digo.

A virtude está no meio, sem dúvida! E isso que é o mais difícil, podem ter certeza... Mas um dia chego lá! Ah, se chego!!!

O duro de se perceber é: quase ninguém gosta de mim como eu realmente sou. Todos preferiam que eu fosse um tiquinho diferente aqui ou acolá. Triste, né? É. Mas fazer o quê? Ora essa: pisa no freio, Ju!